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12 de agosto de 2011

Um sitema muito simples (e barato) de começar hidroponia


Este é um sistema extremamente simples para quem quer começar. Ou pelo menos uma explicação de como fazer um sistema simples. Não é necessária experiencia prévia, nem são precisos materias caros ou elaborados.

São precisos:
  • 2 recepientes de tamanho médio. Serão os recepientes que vão conter água. quanto mais água puderem levar, mais tempo o sistema funciona sem intervenção humana.
  • 1 recepiente pequeno para suportar a planta. Este recepiente poderá ser metade de uma garrafa PET de água, 1,5 litros. Normalmente estas garrafas afunilam a meio, se forem cortadas por essa altura é perfeito. Este recepiente deverá estar furado no fundo para a água escoar completamente.
  • 1 pedaço de tubo. Qualquer tubo. Importante é que só deixe passar uma quantidade muito pequena de água. Se possível só gota a gota. Pode ser um pedaço de mangueira que se fecha com calor e depois abre-se um furinho com uma agulha. A ideia é alguma coisa que deixe pingar sobre a base da planta água.
  • 1 planta (muda) jovem com 2 ou 3 folhas reais (quando uma semente germina, as primeiras folhas são consideradas falsas. Só servem mesmo para os primeiros passos da planta. As proximas folhas é que são as reais).
  • meio de crescimento. Existem muitos materiais para ser utilizados, e estou a preparar um post apenas sobre isto. Desde serradura, areia, pedras pequeninas até a minerais expandidos (são materiais aquecidos a uma temperatura tal que a água na sua consituição rebenta e faz com que se pareça uma pipoca mas de pedra). A leca é argila expandida e a vermiculite o calcario expandido. São a minha escolha de eleição mas têm um custo. O importante é que não tenha qualquer valor nutritivo. Todos os nutrientes deverão estar na água servindo apenas para segurar a planta no sítio.
Como fazer:

Num local mais elevado (na imagem eu meti uma cadeira mas pode ser em qualquer outro local) coloca.se um recepiente. Na base desse recepiente deverá sair o tubo que deixa escorrer água directamente sobre a base da planta.

O recepiente mais pequeno deverá estar escurecido (pintado ou forrado com papel de aluminio) para que a luz não entre para a raiz. Deve ser cheio com o material de crescimento, furado por baixo (o mais possível desde que não deixe escapar o meio. Se for areia por exemplo, pode-se por um pouco de esponja no fundo) e a planta deverá ser colocada no centro do recepiente.

Depois coloca-se esse recepiente debaixo do tubo que sai do reservatório superior de forma a que a água quando passar caia no interior. Quando o reservatório superior estiver vazio, volta-se a colocar lá a água.

A Água

A água deverá ser uma água rica em nutrientes. Uma boa receita é, num balde colocar (dentro de um pano fechado) borra de café, casca de ovo reduzida a pó e cinza de madeira (ou outra qualquer como de cigarro, mas só a cinza). Depois será com essa água que o sistema funciona.


E pronto. hidroponia simples. A partir daqui pode-se complicar. A água não precisa de ir logo para o reservatório inferior. Pode cair sobre outro vaso com outra planta mais abaixo. E pode-se arranjar uma forma (com uma bomba de água por exemplo) de elevar a água do recepiente de baixo para o de cima. A partir daqui, a imaginação e criatividade é que mandam.

6 de agosto de 2011

Técnica: a solução de nutrientes em hidroponia

A Hidroponia consiste em cultivar plantas utilizando uma solução nutritiva sem recurso à utilização de solo. Esta solução nutritiva é composta por água, nutrientes essenciais e minerais. A grande maioria destes elementos podem ser obtidos através de sais festilizantes. Existem já muitas soluções no mercado prontas a ser utilizadas umas mais idóneas outras mais duvidosas. Se precisarem de uma indicação de onde comprar um fertilizante biológico certificado falem comigo que eu indico-vos.

Mas no entanto, este tipo de fertilizante é possível de fazer em casa, utilizando elementos comuns que praticamente toda a gente tem.

As plantas normalmente extraem os nutrientes do solo. Esses nutrientes são oriundos da vegetação morta e matéria orgânica animal que se vai acumulando e decompondo. No entanto, até mesmo no sol poderá haver carências de nutrientes e é necessário fornecer suplementos nutricionais. É por isto que agricultores e hortelões fertilizam os solos. A Hidroponia permiter um maior controlo sobre que nutrientes estão na água e que a planta recebe. Poderá se variar consoante os diversos estágios de crescimento das plantas. Isto garante que a planta tem os nutrientes que precisa, na altura que precisa, o que leva a colheitas mais fartas e mais rápidas.

É importante ter em conta que o excesso de nutrientes pode matar as plantas, por isso é preferível por sempre a menos e ir corrigindo caso se note que há nutrientes em falta.

As plantas precisam essencialmente de 13 nutrientes sendo 6 macro nutrientes e 7 micro nutrientes. Obviamente os 6 macro nutrientes são mais importantes mas a falta de qualquer um deles leva a resultados um pouco desapontantes.

Macro Nutrientes

Nitrogénio (N)
O Nitrogénio é essencial para muitas funções internas das plantas. A sua carência é demonstrada por folhas amareladas e pálidas e um crescimento pequeno. Nitrogénio a mais leva a folhas em abundância mas poucos frutos.

Fósforo (P)
O fósforo é importante para os vegetais que produzem fruto como as ervilhas e os feijões. Defeciencia em fósforo normalmente manifesta-se através das folhas que apresentam uma cor escura ou lilás. O fósforo é também muito importante para a planta manter as suas raizes.

Potássio (K)
O potássio é importante para os frutos aparecerem e crescerem. As plantas em clima mais frio precisam de mais potássio que as mesmas plantas em clima mais quente. Falta de potássio manifesta-se com manchas nos rebordos das folhas que se estende, com o tempo, a toda a folha dando-lhe um ar de murcho e seco, acastanhado.

Cálcio (Ca)
O cálcio é necessário para o crescimento das raizes. Falta de cálcio manifesta-se com um encarquilhar das folhas e uma cor demasiado escura nos caules e troncos.

Magnésio (Mg)
O Magnésio está no centro das células de clorofila. As plantas precisam de quantidades incríveis deste nutriente. Insuficiencia manifesta-se com o amarelecer das folhas, normalmente a partir da base para as pontas.

Enxofre (S)
O enxofre tem o mesmo propósito que o mágnesio, no entanto as necessidades são muito inferiores. A falta de enxofre manifesta-se da mesma forma que o magnésio.

Micro Nutrientes

Ferro (Fe)
É necessário para o crescimento da planta. Falta de ferro manifesta-se por um fraco crescimento e envelhecimento precoce das folhas.

Boro (B)
O Boro é utilizado pelas plantas para fixar outros elementos. Carências revelam-se através do apodrecimento das pontas das raizes, caules ocos e translucidos.

Manganês (Mn)
Manganês auxilia na operação da clorofila. A carência mostra-se como a de magnésio.

Zinco (Zn)
O Zinco actua em conjunto com os macro nutrientes como catalizador. Auxilia no funcionamento geral das plantas. A sua carência é dificil de se notar. No entanto, em estudos feitos em laboratório provou-se que com Zinco na solução de rega as plantas desenvolvem-se melhor em todos os estágios de crescimento.

Cobre (Cu)
Tal como o Zinco, o cobre serve como catalizador.

Molibdênio (Mo)
A carência do molibdnênio nota-se em plantas como o tomate. Revela-se através do envelhecimento e morte precoce dos botões de flor e jovens frutos. E também o envelhecimento das extremidades de crescimento das plantas travando assim o seu crescimento.

Cloro (Cl)
O Cloro também actua como catalizador. Habitualmente a água já tem a quantidade necessária de cloro não sendo preciso acrescentar.

Menções honrosas

Silício  (Si)
Embora não esteja amplamente estudado, alguns estudos apontam que o silício ajuda a tornar as plantas mais vigorosas. Actua a nivel celular fortalecendo as paredes externas das células.

A solução de nutrientes

Agora que já conhecemos os nomes estranhos do que faz falta a uma planta crescer, falta saber como fazer uma solução de nutrientes. Se já faz compostagem em casa, poderá usar o chá do composto para enriquecer a água do circuito. Uma razão de 10 para 1 (litros) deverá ser suficiente. Se necessário, aumentar esta relação. Mas caso não se faça compostagem (deve começar a fazer já!) pode fazer uma infusão simples. Uma receita (que um grande amigo, Pedro Alves, baptizou de “chá de vício”) é juntar cinza (pode ser a de cigarro), borra de café e carca de ovo seca e reduzida a pó (tudo vícios ehehe). Este “bolo” deve ser mergulhado em água e deverá ficar pelo menos 24 horas. Se possível deixar dois a 5 dias e deixar que a solução apanhe sol (mas sempre num contentor onde não entre luz). O calor acelera a transferência dos nutrientes para a água. Depois, coar e juntar à água do circuito. Poderá ser à razão de 1 para 5. Estes componentes fornecem os nutrientes necessários a todas as fases. Poderá usar outras combinações para fazer soluções de nutrientes mais específicas por fase de crescimento. Mas deixo isso para um outro artigo.

Dúvidas, questões, correcções e apontamentos usem e abusem do meu e-mail.

5 de agosto de 2011

Notas soltas: Sistema hidroponico de gota-a-gora

Esta é uma das muitas páginas de notas que tenho escrevinhadas por aqui. Vou colocando-as para partilhar as minhas ideias e pequenos projectos.


10 Mitos sobre Hidroponia

1º Mito: A Hidroponia é uma tecnologia recente ou de ponta.

Já os Faraós do Egipto se deliciavam com frutos e vegetais criados Hidroponicamente. Alias, está presente entre os historiadores que os jardins suspensos da Babilónia (uma das sete maravilhas do mundo) eram um elaborado sistema hidroponico. Na India, as plantas são cultivadas directamente na palha de côco e hidratadas directamente ao nível da raiz. Claro que desde esse tempo teve grandes desenvolvimentos e melhorias, mas na sua essência é utilizado à milhares de anos. Agora apenas é feito de forma diferente.

2º Mito: A Hidroponia não é natural ou é artificial

O crescimento vegetal é real e natural. Todos os seres do reino animal requerem coisas básicas para o seu crescimento normal. A Hidroponia apenas fornece às plantas o que precisam. Não existe ciencia genética envolvida ou mutações estranhas. Apenas nutrientes existentes directamente na natureza, entregues às plantas directamente nas medidas necessárias. Não é necessário equipamentos estranhos que produzem reacções quimicas intensas. Apenas alguma forma de canalização para levar água rica em nutrientes à raiz das plantas. Afinando o chá nutritivo teremos maiores ou menores culturas. E esse chá é produzido caseiramente sem recurso a quimicos. Apenas colocam-se substâncias ricas em nutrientes (como a borra de café ou a cinza) directamente na água e faz-se passar a água pelas raizes. Simples e directo. É impossível ser mais natural que isto.

3º Mito: A Hidroponia é má para o ambiente

Isto é totalmente falso. Cultivar plantas hidroponicamente é mais amigo do ambiente que as formas convencionais de jardinagem ou cultico. Em primeiro lugar não se utilizam quimicos de qualquer espécie. Depois como as substâncias nutritivas estão contidas num circuito fechado, não existe o perigo de contaminação de solos ou cursos de água. Em terceiro lugar, uma exploração hidroponica utiliza em média 70% a 90% MENOS água que um cultivo tradicional. Só estes items, conservação de água e a não poluição das águas livres, fazem da Hidroponia um sistema amigo do ambiente.

4º Mito: A Hidroponia é tecnologia da era espacial impossível de compreender por um comum mortal ou até mesmo dominar.

Como já disse, não existe nada de obscuro ou com elaboradas entrelinhas no cultivo hidroponico. Não é necessária experiência nem sequer conhecimentos em especial. Um balde qualquer cheio de um material sem nutrientes como pedras ou leca (argila expandida - farei um artigo em breve sobre isto) e uma forma de passar liquido rico em nutrientes pelo balde. E pronto. É só isto. Este passar até pode ser manual. Dois reservatórios (um mais acima e outro por baixo) onde deixe passar o liquido lentamente, e quando terminar o liquido no reservatório "de cima" enche-se com a água que está "no de baixo". Simples e directo. Mesmo a criação do chá nutritivo é simples e qualquer um pode fazer em casa.

5º Mito: A Hidroponia é demasiado cara

De todo! Há sempre mais que uma maneira de fazer as coisas. Desde sistemas complexos comprados prontos (e por isso mais caros) até reciclagem de coisas encontradas no lixo (a custo zero), tudo pode ser utilizado para fazer uma solução Hidroponica. Apenas é necessário arte e engenho e alguma imaginação e criatividade.

6º Mito: É uma tecnologia que ainda não está muito testada nem espalhada

Nada podia estar mais errado. Um pouco por todo lado nascem culturas novas de Hidroponia. Quer a nível caseiro, quer mesmo a nível comercial. Em locais como a Columbia Inglesa, o cultivo por Hidroponia chega a 90% do total cultivado.

7º Mito: A Hidroponia tem de ser dentro de casa ou em estufas

A Hidroponia é tão simples de utilizar dentro de casa como ao ar livre. Os principios são sempre os mesmos. Da mesma forma que se pode criar com solo dentro de casa e fora, hidroponicamente também. Serão necessários alguns cuidados porque através do ar chega pó e outras coisas que vão ser depositadas na água. Mas nada que um pedaço de esponja não resolva.

8º Mito: Na Hidroponia não existem doenças nem pragas

Este eu até gostaria que fosse verdade, mas não é infelizmente. Embora se ponha de parte todas as doenças do solo (não existe solo) tudo o resto é válido e acontece. Os insectos continuam a por as suas larvas (como as borboletas) nas plantas que quando se tornam activas comem as plantas e o cultivo está exposto a todas as doenças normais que as plantas estão sujeitas. Todas as pragas podem ser encontradas numa cultura hidroponica pelo que se devem seguir as mesmas precauções que numa cultura tradicional. Podem-se usar todas as soluções habitualmente utilizadas em cultura biológica (ou quimica se quiser, espero que não o façam...). A cultura tem de ser monitorada e devemos passar revista frequentemente para procurar eventuais problemas. A falta de acção rapida e em tempo útil pode arruinar uma cultura em dias.

9º Mito: A Hidroponia produz super plantas gigantes que parecem mutantes

Aqui há alguma verdade, embora uma verdade muito pequenininha. Uma planta tem de se "preocupar" com uma série de coisas durante o seu tempo de vida. Crescer folhas para fontosintese, criar flor/semente para se reproduzir e esticar raiz em buscar de comida. Nós eliminamos uma das tarefas mais pesadas que é o da busca do alimento. Ou seja, a planta está quietinha e os nutrientes fluem abundantemente sobre as raizes. O que deixa energia para crescer folhas, flores e especialmente frutos. Normalmente uma planta em hidroponia tem uma raiz 35% a 70% menor e frutos até 100% maiores. Também é possível ter mais que uma cultura por ano, uma vez que se pode criar em estufa, criando todas as condições para haver uma produção fora da época natural.

10º Mito: A Hidroponia é usado principalmente para fins ilegais

O Henry Ford recebeu uma vez uma carta de um ladrão de bancos, a agradecer-lhe por fazer um carro de fuga tão bom. É impossível prever a finalidade para que uma pessoa utiliza uma determinada ferramenta. Até a mais inocente das coisas pode ser utilizadas com fins nefastos e sem escrúpulos. Isso faz parte da condição humana. Uma simples pá de cavar a terra pode ser usada como arma contra outra pessoa, desde que a índole de quem a segura assim o dite. Com a Hidroponia pode-se criar praticamente qualquer tipo de planta. Algumas, são ilegais em muitos países. O facto de se poder fazer um cultivo dentro de casa e em condições adversas faz com que alguns cultivos possam ser feitos numa cave escura e longe dos olhares de todos. Pode ser até feito dentro de um armário fechado, recorrendo a ventilação artificial e a iluminação electrica. Mas grandes explorações produzem alimento. Alfaces, Tomates e todos os tipos de hortícolas. E é nesse sentido que eu e muitos outros desenvolvemos Hidroponia, condenando veementemente quem utiliza-o como uma ferramenta para práticas ilegais. Mas sim, é utilizada por muitos cultivadores ilegais. Acentuando os benefícios acima citados. Cresce mais rapidamente, com mais vigor e mais depressa.

3 de agosto de 2011

Plantas: Beterraba ( Bata Vulgaris )

DESCRIÇÃO
Planta herbácea, bienal, cultivada como anual, com raíz aprumada, tornando-se tuberosa e carnuda. A raíz    tuberosa da beterraba é constituída, internamente, por faixas circulares de tecidos condutores, alternadas    com faixas de tecidos contendo nutrientes armazenados. 
Estas são relativamente largas e escuras ou mais    coloridas, sendo as de tecidos condutores mais estreitas e mais claras. Os pigmentos betacianina (vermelho)    e betaxantina (amarelo), determinam a cor da raíz. Quando nenhum dos pigmentos estão presentes, a raíz    fica de cor branca. As folhas são inteiras, inseridas em roseta, com pecíolos compridos, onduladas e ovais, de    cor verde escuro ou avermelhadas. As flores são bissexuadas com pétalas vestigiais ou ausentes.

A beterraba é uma raiz tuberosa rica em açúcar, proteínas, vitaminas A, B1, B2, B5, C, potássio, sódio, fósforo, cálcio, zinco, ferro e magnésio. Além de se destacar por ser o vegetal mais doce, destaca-se pela sua riqueza em ferro. A sua poderosa vitamina C é potencializada por sua acção antioxidante (alguns investigadores dizem que a vitamina C da beterraba só é metabolizada pelo organismo quando consumimos o vegetal cru). Ao natural, a beterraba conserva-se até uma semana, desde que mantida à sombra e em local fresco. No frigorífico, aguenta-se até quinze dias, embalada num saco de plástico perfurado. Quando guardadas já descascadas, raladas ou picadas, duram três ou quatro dias devendo obrigatoriamente ser conservadas no frigorífico, dentro de de um saco ou um conteúdo de plástico.

De todos os benefícios que a beterraba traz ao organismo pode-se destacar: combate contra a anemia, a perda excessiva de líquidos (promove a retenção de líquidos que também pode ser uma coisa má), problemas no baço e fígado, prisão de ventre entre muitos outros. Pode ser consumida crua ou cozida, sob a forma de sumos, saladas, bolos, refogados e em omeletas (que são deliciosas).

A beterraba é usada também como combústivel alternativo, sendo usada para a preparação de etanol.


CULTIVAR
Semear directamente no local definitico, desde o final do Inverno até a meados de Outono. Tem crescimento médio e precisa de boa luminosidade. Floresce quando os dias são mais longos e quentes. Necessita de um solo de textura média, muito bem drenado e é muito tolerante à salinidade. No entanto é sensível à acidez do solo devendo se manter o PH entre o 6.0 e o 8.0. A beterraba tolera muito bem as temperaturas elevadas bem como as geadas. Mas ter em conta que é uma cultura de estação fresca. O frio afecta-a nas fases iniciais do desenvolvimento. Para se obter beterrabas de qualidade deve-se regar regularmente. No entanto é muito resistente tanto à falta de água como ao excesso. Pode ser cultivada em qualquer local como caixotes, vasos ou caixas.

Pode também ser cultivada hidroponicamente. Tem de se ter 15 a 20 cm de fundo para crescimento da raiz e tuberculo.

ADUBAÇÃO
Deve-se adubar orgâncamente um bocado antes de semear. Exigente em micronutrientes como boro, cloro, magnésio e sódio. Durante o desenvolvimento, adubar com borra de café que acelera em muito o crescimento.

PRAGAS E DOENÇAS
Afídeos, Áltica da beterraba, Atomério, Lagartas, Lixus, Mosca da beterraba, Traça, Nóctuas, Nemátodos, Podridão cinzenta, Oídio, Míldio, Rizoctónia, Ferrugem, Viroses.

COLHEITA
Para uma boa maturação deve-se verificar o tempo decorrido desde a sementeira e o tamanho das raízes. Quando são colhidas com rama devem ter decorrido cerca de 50 a 70 dias após a sementeira. Para consumo sem folha devem ter decorrido cerca de 75 a 90 dias após a sementeira mas sem deixar que atinjam a maturação completa.

Fontes:
http://www.receitasemenus.net
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beterraba
Horta Pedagógica e Social de Guimarães

17 de julho de 2011

Plantas: Agrião de Jardim ( lepidium sativum )

Esta é uma espécie um pouco descurada por cultivadores na Europa. O agrião de jardim, agrião, agrião-da-índia, agrião-mouro, mastruço ou mastruço-ordinário (Lepidium sativum) é uma planta herbácea anual da família Brassicaceae, utilizada como planta medicinal, além de ser utilizado na alimentação humana. De crescimento rápido, é apreciado pelo seu sabor levemente picante e aromático (próprio da sua família botânica).

Cá por Portugal é especialmente cultivada nos Açores. Já foi alvo de muitos estudos que comprovaram as suas propriedades medicinais. Em especial desintoxicante. Quem é fumador deveria comer pelo menos uma vez por semana agrião de jardim. As grávidas devem evitar o seu consumo por ter algumas propriedades abortivas.

Para além destas propriedades, é um auxiliar no tratamento de reumatismo e artrite por conter ácidos gordos insaturados. Ajuda também a restaurar o sistema imunológico, fazendo do agrião um excelente alimento para se comer após termos estado doente. Uma sopinha de agrião na convalescença é excelente.

Além de ser uma planta extremamente light. 100g de Agrião poderão conter no máximo 28cal que o torna um acrescento fenomenal em qualquer salada ou sandes vegetal. Além de ser muito versátil podendo ser usado em cozidos, sopas, saldas ou simplesmente cru e cortado fino como acompanhamento no prato.

Plantar é extremamente fácil. Planta-se a partir da semente germinada num guardanapo ou  algoddão ou directamente na leca desde que não esteja ensopada. Se estiver sempre humada é perfeita porque o agrião adora água (não tanto como a alface, mas muito também. Esta planta adora água pelo que é perfeita para o cultivo hidroponico. A germição é simples e rápida. podemos ter plantas de 3 a 15cm em apenas 20 dias e podem ser comidas desde muito jovens. Os rebentos são muito bons. Deve-se deixar sempre uma parte para chegar ao fim do ciclo. O agrião dá uma flor entre o branco e o laranja e não tem qualquer cheiro. Muito bom para se plantar dentro de casa, à janela. Aliás, o agrião cresce em praticamente qualquer lugar desde que tenha água.

Fontes:
Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lepidium_sativum
Nucleo Brasileiro de Hidroponia Integrada: http://hydroponia.com.br/a%20%283%29.htm
Jardineiro.net: http://www.jardineiro.net/br/banco/lepidium_sativum.php

11 de abril de 2011

Hidroponia: Sistema de Mecha ou Pavio

Existem vários tipos de hidroponia e um enorme número de combinações. Nos próximos posts irei dar uma imagem geral dos seis sistemas mais básicos de hidroponia. Básicos, se bem que de básico alguns não têm nada. Assim, aqui fica o sistema de mecha ou pavio.

O sistema de mecha ou pavio é um dos mais simples (se não o mais simples). É um dos chamados sistemas passivos. Entende-se por sistema passivo, um sistema que não tem partes móveis. Não existe fluxo de água ou nenhuma parte que se desloca no decorrer da alimentação das plantas. Os nutrientes são atraídos até às raizes através de um pavio ou mecha de tecido. Praticamente qualquer tipo de tecido absorvente serve. Pode ser utilizado um daqueles laranjas do pó ou, se quisermos uma solução mais "limpinha" (em que não envolve o rasgar de tecido) podemos comprar pavio de vela ou de lanterna a petróleo. Eu gosto de usar material reciclado o mais possível. E comprar pavio não é propriamente reciclar :) 

1º Passo

Este sistema é muito simples e ocupa pouco espaço. Dever-se-à ter dois contentores, um para albergar uma solução com nutrientes adicionados. Como tratar da água e que nutrientes fica para uma outra publicação. No topo do contentor de água, deverá ser colocado um segundo contentor, mais pequeno, com material de cultivo. Também irei me alongar mais sobre o material de cultivo numa outra publicação. Para já fica apenas a nota que este material deverá ser inerte. Isto é, deverá ser um material que não tenha qualquer valor nutritivo para as plantas. Por isso a vulgar terra de cultivo está fora de questão.

2º Passo

Dever-se-à depois fazer pequenos furos por onde se fazem passar as mechas (ou pavios) por forma a ficarem mergulhados na água. Deverão estar mais que 60% dentro de água. No contentor de cima, enquanto está vazio, faz-se pequenos rolos do pavio e espera-se até ficarem molhados. Depois de estarem molhados (tendo a água subido por eles acima, deve-se então passar ao próximo passo. Deve refrear-se de molhar a mecha e deixa-la molhar-se sozinha. Assim fica com a certeza que está mergulhada o suficiente e que o fluxo de nutrientes está a efectuar-se correctamente.


3º Passo

O próximo passo é por as plantas no sítio. Deverá limpar as raizes de qualquer vestígio de terra. Aconselha-se água corrente mechendo o mínimo possível na raiz. Também aconselha-se a que seja de noite, sem luzes fortes que as raizes odeiam a luz. Coloca-se cada planta por cima de uma mecha, e enche-se à volta com o material de cultivo até a planta se manter direita. Aliás, o objectivo desse material de cultivo é de facto o de segurar as plantas e bloquear a luz. Não serve para muito mais neste sistema. N'outros sistemas poderá também servir para reter alguma humidade. Neste sistema, a mecha está continuamente humida.

Algumas considerações

O único problema deste sistema é a planta pedir mais nutrientes que aqueles que a mecha consegue fornecer. As plantas com maiores necessidades ou de maior porte deverão ter mais que uma mecha ou serem mudadas quando começarem a mostrar sinais de que não estão a "comer" o suficiente.

A pedra de aquário que eu mostro na figura é facultativa. No entanto é aconselhável a que haja uma boa oxigenação nas raizes. Uma vez que toda a água vem de baixo (e é a água que habitualmente leva o oxigénio até às raizes) é aceonselhável ter uma fonte de oxigénio para aumentar o fluxo nas raizes.